Dilma e Serra decidirão eleição para presidente no segundo turno
Com 95,01% das urnas apuradas, petista obtém 46,28% e Serra, 32,88%. Eleitores voltarão às urnas em 31 de outubro para escolher presidente.
Altere o tamanho da letra: A- A+
A eleição presidencial será decidida em segundo turno entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), de acordo com os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com 95,01% das urnas apuradas, na noite deste domingo (3), a petista tinha 46,28% dos votos válidos (sem considerar votos brancos e nulos) contra 32,88% do tucano.
A quantidade de votos a ser apurada não é suficiente para Dilma vencer no primeiro turno. Para se eleger em primeiro turno, um candidato precisa obter mais da metade dos votos.
De acordo com o TSE, com 95.01 % das urnas apuradas, Marina Silva, do PV, registrava 19,67% dos votos válidos, e Plínio de Arruda Sampaio, 0,89% - confira os números da votação.
Os eleitores terão que voltar às urnas no próximo dia 31 de outubro para decidir entre Dilma e Serra. O início da propaganda eleitoral do segundo turno no rádio e na TV está previsto para se iniciar na próxima terça-feira (5).
A candidata Dilma Vana Rousseff, 62 anos, é ex-ministra da Casa Civil. Na campanha eleitoral, contou com o engajamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo registrou recordes de aprovação – na última pesquisa Ibope, a avaliação positiva do governo alcançava 77%. Lula participou de vários comícios e declarou repetidamente o apoio à candidata, o que inclusive rendeu a ele multas por propaganda eleitoral antecipada.
Ela nasceu em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte (MG). No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Filiou-se ao PT em 2001, após ter deixado o PDT. Formada em economia, Dilma foi secretária de estado no Rio Grande do Sul.
Em 2005, sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixou o cargo após denúncia de envolvimento no caso chamado mensalão, em que parlamentares teriam recebido dinheiro para votar a favor de projetos do governo.
Antes de tornar-se candidata, Dilma revelou que estava se submetendo a um tratamento contra um linfoma, câncer no sistema linfático, mas disse que já estar curada.
José Serra, de 68 anos, foi deputado federal, senador, ministro da Saúde e do Planejamento, prefeito de São Paulo e governador do estado.
Durante a campanha, afirmou que é mais preparado e experiente do que Dilma para assumir o cargo de presidente. Não criticou o presidente Lula, e disse que, se eleito, manterá os progressos obtidos pelo atual governo. Defendeu, no entanto, que as políticas sociais de sucesso foram iniciadas durante o governo FHC, antecessor de Lula.
José Serra nasceu em 19 de março de 1942 na capital paulista, é casado e tem dois filhos. É formado em economia e engenharia. Iniciou a vida política no movimento estudantil. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante o regime militar, passou 13 anos no exílio. Ajudou a fundar o PSDB no final da década de 80.
Escolha de sucessor de Lula fica para 2º turno entre Dilma e Serra
A petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no próximo dia 31 de outubro, quando os brasileiros decidirão quem será o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Altere o tamanho da letra: A- A+
Com 96,83% das urnas apuradas, segundo o TSE, Dilma tinha 46,2% dos votos contra 32,78% de Serra e 19,56% de Marina Silva (PV).
O resultado reflete a queda nas intenções de voto na petista que estava sendo indicada pelas pesquisas eleitorais.
Tanto a petista como o tucano terão agora que disputar os votos vindos de Marina Silva.
Segundo resultados preliminares, Dilma não conseguiu garantir vitória no Estado que possui o maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
Serra também teria garantido a dianteira em oito Estados, entre eles Paraná e Santa Catarina.
A candidata do PV foi a primeira a falar sobre o resultado na noite deste domingo.
Em um pronunciamento em São Paulo, ela pediu que Dilma e Serra “façam jus” à nova oportunidade para debater os problemas do país.
Ela sugeriu uma plenária para que o PV decida quem apoiará no segundo turno
Disputa
A disputa tem agora, de um lado, a candidata do governo, Dilma Rousseff, apresentada ao eleitorado não apenas como a preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como também aquela cujo principal compromisso é continuar os projetos do atual governo.
Do outro está José Serra, que no início da campanha evitou a crítica generalizada à atual gestão e depois passou a ser mais contundente em seus ataques.
É possível prever que os dois lados terão que rever suas estratégias para o segundo turno.
Essa é a sexta vez, desde o fim do regime militar, que o brasileiro pode escolher, pelo voto direto, o seu candidato preferido para governar o país. É também a primeira vez em 20 anos que Lula não está entre as opções de voto.
Com índices de aprovação superiores a 70%, Lula deixará a seu sucessor um país que avançou nos últimos anos em diversos aspectos, sobretudo no campo econômico, embora ainda sofra com graves problemas sociais.
Se por um lado o país parece ter encontrado o rumo do crescimento com inflação sob controle, por outro lado os juros continuam os mais altos do mundo, pressionando a dívida pública para cima.
A economia brasileira se consolidou como a 8ª maior do mundo neste ano, mas o país ainda é apenas o 72º do mundo em renda per capita, atrás de países como Argentina (50º), México (53º), Turquia (57º), Venezuela (66º) e Irã (68º), segundo dados do Banco Mundial.
Outro setor que também evoluiu no país foi a educação. A taxa de analfabetismo, que em 1960 chegava a 40%, caiu a 9,7% no ano passado, segundo dados do IBGE.
Mas se os números absolutos mostram uma evolução, a qualidade do ensino ainda deixa a desejar. Um estudo elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2007 colocou os alunos brasileiros entre os piores em conhecimentos de matemática, capacidade de leitura e ciências entre 57 países analisados.